Resenha: Spider-Gwen #01 - #05

Spider-Gwen

05 Edições (2015)
Roteiros de Jason Latour 
Arte de  Robbi Rodriguez
Marvel Comics
Ainda não publicado no Brasil
4 de 5 estrelas.



Gwen Stacy, Mulher Aranha.









O uso de Universos paralelos é bastante recorrente na ficção, e principalmente nos Quadrinhos de super heróis. Podendo ser usado de várias maneiras e para vários segmentos de leitores, dando uma maior representatividade e dar uma verossimilhança maior em relação a sociedade onde vivemos. As vezes para facilitar a leitura de fãs iniciantes sem ter que acompanhar a enorme e as vezes, controversa cronologia de certos personagens.
Ou até pra consertar certas cagadas mudanças drásticas que alguns autores dão...
Ou até, para criar histórias one shot que não interfiram com o universo padrão e que vira grande sucesso.
Ou até criar novos universos,mais simples de se acompanhar e sem (ou com) grandes reviravoltas (Tipo se o personagem morre,ele morre,ok?.... Não volta mais!!).

Resumindo, é um instrumento incrível e agregador (depois posso fazer alguns artigos sobre obras que abordem Dimensões Paralelas) no quesito narrativo e no quesito econômico (o consumo expande e satisfaz vários segmentos de leitores).


Já em relação ao Homem Aranha, dimensões paralelas é um dos maiores artifícios usados com o personagem nos últimos anos (Alô Dinastia M!!).Prender a figura do Homem Aranha a Peter Parker é algo que podemos considerar  muito retrógrado, (Ben Reilly, Miles Morales e muitas outras pessoas usam o manto do aranha). Isso só focando nos que tiveram uma maior participação no seu devido universo MARVEL (e sem falar das Mulheres Aranha: Jessica Drew, Linda Carpenter, Silk, e Gwen Stacy??).



Uma das pessoas que defende essa ideia é Dan Slott (conhecido por ter matado Peter Parker no finalzinho de Amazing Spider Man e por ter criado o Superior Spider Man), que há um tempinho atrás quando a Sony estava interessada em um Homem Aranha negro (Provavelmente Miles Morales), ele defendeu a ideia que qualquer um pode interpretar o Homem Aranha.
Sim, Homem Aranha não é só Peter Parker, Homem Aranha é um ícone!!Pode ser qualquer um por trás da máscara, o que importa é o ser, e não a persona desse ser (sua real identidade).



Com isso em mente, Slott criou Spider-Verse!!
Lembra do que falamos sobre dimensões paralelas??
Resumo: Dimensões paralelas se decompondo, a existência de cada Aranha podendo ser apagada, muitas versões se encontrando, muitas lutas, personagens novos e forninhos sendo destruídos!!
A ideia de uma Gwen Stacy mulher aranha foi sugerida por Slott,mas quem desenvolveu mais e deu esse uniforme incrível para ela foi a dupla Jason Latour e Robbi Rodriguez




Ela é da mesma dimensão do Spider UK (a mistura do Capitão Britânia com o Homem Aranha), é mais conhecida como Terra - 65. E nessa dimensão Peter Parker morre,quando tenta ser um herói que nem a Gwen, isso a assombra durante o decorrer da revista,mas é explicado superficialmente em Spider Gwen (provavelmente pode ser explorado no novo volume da heroína que será lançado pós Secret Wars).A primeira aparição dessa Gwen Stacy que foi picada por uma aranha radioativa,e assim ganha poderes foi em Edge Of Spider-Verse #02. O sucesso foi tanto que essa edição foi reimpressa 4 vezes de tanta a procura dos leitores para comprar.
Em Spider Gwen, o Capt Stacy já sabe da identidade da heroína, e temos um vislumbre maior das consequencias da morte de Peter para ela e para os outros personagens. Uma coisa a se notar é que os personagens tem sérias modificações (por exemplo Matt Murdock é advogado do Kingpin e Frank Castle é detetive de polícia) que o leitor habituado aos universos narrativos mais famosos pode estranhar,mas gera facetas novas e mais complexas para se analisar, e isso é muito bom.
Mas, é sentido a falta da existência de novos personagens, que recentemente foi explicado pelos autores. O motivo é que a Sony poderia deter os direitos desses personagens,então a Marvel pediu aos autores reutilizar personagens em outras situações. Resumindo: o dinheiro meio que fala mais alto. Triste.

Aqui, Gwen toca numa banda junto com Mary Jane, e tem um amor a música (um fator que pode aproximar meninas adolescentes a lerem a revista), a revista lembra alguns aspectos da atual fase da Batgirl,mas ainda assim  possui uma forte identidade.
E ela apresenta alguns traços que os Aranhas compartilham, como a mania de falar sozinha, a dificuldade de manter as duas vidas e a preocupação com os entes queridos.

Nos traços de Rodriguez, vemos um estilo mais simples, sem apelar para traços mais anatômicos e dando um estilo próprio a revista. As cenas de luta são ágeis e bem orquestradas, já o uniforme da personagem é um dos melhores trajes que já vi (já ganhou inumeros cosplays em várias Cons por aí e até uma coleção de roupas).
Atualmente é a terceira revista dedicada a uma mulher aranha (A outra dedicada a Jessica Drew,a primeira mulher aranha e outra dedicada a Silk,personagem nova que ganhará resenha aqui na WG).
Teve sua run curta,o que é uma pena,pois os acontecimentos do novo Secret Wars irão impactar na sua dimensão e também ela aparece no A- Force (uma das novas revistas do Secret Wars, escrita pela Kelly Sue Deconnick e G. Willow Wilson), nas novas "releituras" de Spider-Island e Spider-Verse!!